Tendências e perspectivas para o mercado imobiliário em 2021
Início de ano, e hora de colocarmos nossas ações em prática para poder realizar tudo o que planejamos e almejamos para os próximos 12 meses, seja na vida pessoal como nos negócios, certo? Talvez não!
Uma boa prática de gestão de negócios, sugere que o planejamento de sua estratégia deve ser contínuo e ágil para identificar fatores que exigem mudanças para rapidamente pivotar o planejamento tático e operacional buscando sua adaptação. Observo que alguns países mais desenvolvidos, principalmente do hemisfério norte, passam pelo período de réveillon sem muito impacto ou mudanças de rumos nos negócios. Talvez por estarem entrando no auge do inverno no final do ano e não estarem em seu período principal de férias, e dessa forma, não terem festividades tão intensas e longas quanto nós aqui no Brasil. Ou talvez pelo fim de ano fiscal não coincidir com o fim de ano cronológico.
De qualquer forma, para muitos aqui no Brasil, início de ano remete a início ou reinício de muita coisa. E é muito usual neste momento de início de ano, olharmos para as tendências que se destacam em nossos mercados para subsidiar a definição e planejamento das ações.
Arrisco dizer sem muita margem de erro que o ano de 2020 foi bastante atípico e colocou desafios antes nunca imaginados para toda uma geração. Parte das pessoas que conhecemos talvez tenha presenciado momentos com sentimentos similares de medo, apreensão e indefinição durante a segunda grande guerra. Mas a maioria das pessoas que conheço, ou ainda não haviam nascido ou eram muito novas para entender o que se passava no meio do século passado. Também ousaria dizer que, apesar de todas as dificuldades, o ano de 2020 surpreendeu positivamente para o mercado imobiliário, que iniciou com expectativas muito positivas, teve um forte impacto negativo por alguns meses após o início da pandemia, mas reagiu e encerrou o ano muito melhor do que muitos imaginavam.
Mas vamos aos indicativos das tendências e perspectivas para 2021.
Do lado das perspectivas, a maioria das fontes de informação do mercado imobiliário apontam para um 2021 bastante animador.
Resumindo, os principais argumentos são:
- Taxa Selic na baixa histórica: 2% ao ano. Isso mesmo, a taxa Selic que influencia nas taxas oferecidas pelos bancos para empréstimos e financiamentos, incluindo imobiliário, está em seu menor patamar da história do Brasil. Isso motiva investidores e pessoas a tomarem financiamentos para investir na produção ou para adquirir novos bens e imóveis, o que pode influenciar no aquecimento do mercado imobiliário;
- Com a pandemia, a relação das pessoas com suas casas mudou.: O isolamento social provocou em muitas pessoas uma maior valorização do espaço interno e qualidade de vida, em detrimento da localização. Também por ficarem mais tempo em suas casas, as pessoas podem começar a entender melhor quais são e como teriam que ser os ambientes de que mais precisam. Um bom exemplo disso são os ambientes que permitam trabalho remoto, realização de vídeo conferências, etc. Este melhor entendimento pode despertar nas pessoas o desejo ou necessidade de se mudarem, e darem as motivações necessárias para que as pessoas realizem este desejo. O isolamento social também pode ter despertado nas pessoas o desejo de ter seu próprio espaço para viverem e terem sua privacidade. Afinal, não são todos que se sentem bem passando muito tempo em um ambiente pequeno com muitas pessoas.
A combinação desses 2 fatores (baixo custo de financiamento e motivação para comprar) já é mais do que suficiente para animar a todo o mercado.
Quando falamos em tendências, podemos observar algumas que já foram determinantes para a retomada vigorosa do mercado imobiliário no último trimestre de 2020:
- Uso de tecnologia para gestão: O distanciamento social forçou praticamente todas as empresas a exercitarem modelos de trabalho remoto. Sem uso de tecnologia e ferramentas adequadas para atender seus clientes, vender e gerir os negócios, as empresas podem perder a oportunidade de alavancarem seus negócios ou mesmo de subsistirem. Um exemplo é a adoção de assinatura eletrônica e digital em contratos imobiliários. Até mesmo escrituras já podem ser assinadas digitalmente. O uso da tecnologia também aumenta produtividade e reduz custos. Quanto mais adequada e mais bem aplicada ao seu porte de empresa e modelo de negócios, maior é a capacidade de redução de custos com o uso da tecnologia. E não se engane: nem toda solução tecnológica cara é boa e necessária a todas as empresas. Uma solução cara e complexa pode agregar muita frustração ao seu negócio e seus colaboradores. Costumo dizer: “Qualquer coisa que você paga e não usa, já nasce cara independente do preço que se pagou!”;
- Design de empreendimentos, unidades residenciais e ambientes considerando os novos modelos e formas de uso que as pessoas estão descobrindo, podem ser a chave para o sucesso de um lançamento imobiliário;
- Olhar diferenciado para a localização de seu empreendimento: áreas antes não interessantes por estarem mais distantes dos centros urbanos agora podem ter um apelo comercial maior;
- A transformação de ambientes planejados para serem comerciais para ambientes residenciais ou mistos pode ser uma solução para muitos empreendimentos comerciais que estejam enfrentando redução de demanda por conta do trabalho em home-office.
Sempre gostamos de boas perspectivas. Alimentam nossa esperança e energizam nossos times. Mas as perspectivas por si mesmas não garantem o sucesso de nosso negócio. É preciso ação. Podemos tirar muitas lições da pandemia, mas uma delas não me sai da cabeça. Há um tempo atrás, durante um rico debate sobre estratégia de negócios em meu mestrado na Schulich School of Business, em Toronto no Canada, um professores me perguntou: “Você quer ser um “trend-setter” ou “trend-follower”?
Em momentos como esse, aumentam as chances de nossas ações determinarem as tendências e destacarem nossos negócios. O que te impede de ser um “trend-setter”?
As opiniões e análises aqui apresentadas foram baseadas na experiência profissional e pessoal do autor. Algumas referências de informação:
https://fix.com.br/dicas/mercado-imobiliario-em-2021/
https://www.moneytimes.com.br/pandemia-juros-baixos-e-a-retomada-do-setor-imobiliario-brasileiro/
https://g1.globo.com/sp/sao-jose-do-rio-preto-aracatuba/mercado-imobiliario-do-interior/noticia/2021/01/05/pandemia-mantem-para-2021-tendencia-de-transformar-casa-em-refugio-confortavel.ghtml
https://www.midianews.com.br/cotidiano/isolamento-social-deve-aumentar-busca-por-imoveis-em-2021/391333
https://valorinveste.globo.com/blogs/seu-negocio/post/2021/01/mercado-imobiliario-o-nome-do-jogo-e-densidade.ghtml
https://exame.com/negocios/para-moura-dubeux-setor-imobiliario-tera-um-de-seus-melhores-anos-em-2021/)